De sexta a domingo, dias 21, 22 e 23 janeiro de 2012. A agenda completa da programação nas próximas edições do site da prefeitura.
Uma história de fé,paixão e folclore.
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Este texto é apenas um esboço sobre as Companias de Reis, não tenho a pretensão nenhuma de torná-lo um texto aprofundado, antes desejo que seja apenas a porta para muitos outros e que sirva de reflexão para aos que dele tomarem conhecimento.
É neste intuito que quero apresentar o meu modo de compreender a Compania de Reis seu sentido, sua origem e seus elementos. Afinal não se pode deixar passar despercebida essa manifestação na realidade cultural de nosso povo, ainda mais, na realidade religiosa que cerca a crença de milhões de brasileiros.
Creio assim que este seja o primeiro tópico a ser trabalhado: Manifestação religiosa.
Muitos historiadores afirmam com clareza que a Folia de Reis chegou a nossas terras trazidas pelos portugueses, sabendo dessa verdade não negamos que nossos patrícios tenham trazido uma manifestação simples, porém que encanta a muitos. Podemos dizer que a folia de reis em seu sentido original, isto é, sua razão de ser esteja justamente sustentada num ato religioso cujo ponto principal é a Adoração dos Magos, tal como nos relata o Evangelho de Mateus 2, 1- 12. É com este texto bíblico que a folia de reis se sustenta se move e caminha, pois tal como fizeram os magos, hoje os foliões de reis querem ir ao encontro do Menino Jesus e prestar-lhe sua homenagem, através de seus cantos e versos.
Elementos da Compania de Reis. Já sabemos que o sentido da Compania de Reis é bíblico partimos agora para seus elementos que de modo geral desde o sul até o norte do Brasil tem a mesma estrutura, a saber:
1º - Os bastiões, alferes, marungos, guardas da bandeira, mascarados, tenentes ou até mesmo o termo palhaço, embora no meu modo de ver este seja o termo menos apropriado, todos esses nomes pertencem àquele que está vestido de forma diferente dos demais foliões. Sua função segue uma antiga tradição que na fuga da Sagrada Família, foram eles que entreteram Herodes e seus soldados enquanto José, Maria e Jesus seguiram rumo ao Egito. Uma outra explicação para esses alferes se encontra numa origem mais antiga sobre a Folia de Reis, cujo papel está ligado a algumas antigas tribos africanas, inclusive a máscara que eles usam, viria desta realidade. Nessas tribos os mascarados tinham uma função de guardar a casa onde havia um recém-nascido. Fato é que o elemento ou o papel do bastião se trata de uma pessoa cujo sentido é mais mitológico que verídico, porém nem por isso deixa de ser menos importante.
Outros elementos encontrados na Folia de reis é o que se chama de Cordão de Cantadores, ou a própria compania de reis. Vamos conhecer um pouco destes.
Embaixador, Mestre ou Capitão é aquele cuja função é iniciar a cantoria, puxar a toada, escolher os versos e na maioria das vezes os versos são feitos de forma improvisada, um outro dado a salientar é que de modo geral estes são trovados.
Contra mestre ou respondedor. É aquele que canta junto ao embaixador, em geral responde ao que o embaixador cantou repetindo suas palavras, levando então os demais cantadores a cantar os versos do mestre.
Ajudante: essa função se encontra na terceira pessoa do cordão é ele quem ajuda o respondedor, se prestarmos bem atenção ele acaba por ajudar mais o embaixador para que o mesmo não precise seguir cantando os versos do inicio ao fim.
Contrato. Este cantador tem uma função muito específica cuja realidade é mudar o tom ou a altura em que os cantadores terão que cantar, ele sobe a altura da voz e em seu ritmo os demais que virão após ele já saberão como devem cantar.
Tipe: É por conta deste que se encontra o apoio que o contrato precisa para aumentar o tom da voz entregando aos demais sem desafinar, o tipe como que recebe o verso em tom alto e afirma com sua voz de modo que o outro chamado Contratipe já sinta o modo de como irá cantar. Por fim temos outras duas vozes o Retipe sendo este o ultimo a repetir o verso que o embaixador cantou seguido enfim pelo Tala aquela voz fininha e alta que encerra o verso entoado. Claro que aqui estou tratando da folia de reis cantada em 8 vozes, mas não podemos esquecer que em boa parte do Brasil existem muitas companias de reis que cantam em apenas 4 vozes ou até mesmo em três vozes, variando segundo a região.
Embora eu tenha deixado por último existe na compania de reis um elemento que ocupa a primazia em relação a lugar, estamos falando da Bandeira de Santos Reis. Geralmente nela vem desenhado o nascimento do Menino Jesus e a adoração dos Magos. A Bandeira sempre enfeitada por fitas e flores recebe a mesma veneração que a imagem de um santo, os devotos muitas vezes por intenção ou promessa sãos os responsáveis por mante-la tão bem enfeitada, não são raros os casos de fotografias nela encontrado, cujo sentido está naquele que pediu e recebeu uma graça especial por intercessão de Santos Reis. A bandeira é conduzida por aquele que chamamos de bandeireiro ou até mesmo um dos nomes aplicados ao bastião, isto é, alferes.
De modo geral é assim que uma Compania de Reis se apresenta claro vale lembrar que as toadas, ritmos e versos seguem a cultura local, quando ouvimos uma folia de reis em Minas Gerais, por exemplo, os ritmos são tantos que nem imaginamos que se trata de grupos do mesmo Estado.
São muitíssimas as histórias que cercam a companias de reis, histórias alegres, de fé ardente, histórias tristes cujos momentos foram desagradáveis, porém em nenhuma circunstância podemos deixar de reconhecer que a Folia de reis com sua característica sertaneja nos revela a simplicidade de um povo acolhedor, de um povo com uma fé simples e pura no seu sentido original. Quantas companias de reis atravessaram e atravessam momentos de chuvas, frio, ou calor propagando o Nascimento de Jesus. Penso em tantos homens que com seu jeito humilde de rezar e cantar animou e anima famílias inteiras quando por ocasião da chegada da compania de reis em seus lares. É assim que devemos enxergar a Compania de reis e penso que seja para isto que a compania de reis deva existir; levar o Evangelho na simplicidade, na alegria sem temer os Herodes da era moderna que busca matar as manifestações simples e singela cuja realidade apresenta a fé em Deus feito carne e que ouve o clamor do seu povo. Permito-me repetir o que já disse Santo Agostinho: Quem canta reza duas vezes.
Agredecimento:
Valmir Donizetti
Folias-de-Reis
O "Terno" de Reis ou "Folia" de Reis
No Brasil a visitação das casas, que dura do final de dezembro até o dia de Reis, é feita por grupos organizados, muitos dos quais motivados por propósitos sociais e filantrópicos. Cada grupo, chamado em alguns lugares de Folia de Reis, em outros Terno de Reis, é composto por músicos tocando instrumentos, em sua maioria de confecção caseira e artesanal, como tambores, reco-reco, flauta e rabeca (espécie de violino rústico), além da tradicional viola caipira e do acordeão, também conhecida em certas regiões como sanfona, gaita ou pé-de-bode.
Além dos músicos instrumentistas e cantores, o grupo muitas vezes se compõe também de dançarinos, palhaços e outras figuras folclóricas devidamente caracterizadas segundo as lendas e tradições locais. Todos se organizam sob a liderança do Mestre da Folia e seguem com reverência os passos da bandeira, cumprindo rituais tradicionais de inquestionável beleza e riqueza cultural.
As canções são sempre sobre temas religiosos, com exceção daquelas tocadas nas tradicionais paradas para jantares, almoços ou repouso dos foliões, onde acontecem animadas festas com cantorias e danças típicas regionais, como catira, moda de viola e cateretê. Contudo ao contrário dos Reis da tradição, o propósito da folia não é o de levar presentes mas de recebê-los do dono da casa para finalidades filantrópicas, exceto, obviamente, as fartas mesas dos jantares e as bebidas que são oferecidas aos foliões.
Jesus – A História do Nascimento – O filme
No filme Jesus – A História do Nascimento, os escritores interpretam as atividades que cercam o drama de 2000 anos atrás. O nascimento de João Batista, as provações e tribulações de um jovem casal que recebeu uma grande comissão que culmina com o nascimento de Jesus Cristo, assim como os perigos do poder político daquela época, são apresentados de uma maneira informativa para que os que assistem o filme possam ganhar entendimento.
Você também pode ler na Bíblia as palavras que foram escritas cerca de 2000 anos atrás e que descrevem o evento do nascimento de Cristo.
Jesus – A História do Nascimento – A narrativa bíblica
Para ler a narrativa bíblica sobre o nascimento de Jesus, leia Lucas capítulo 2.
O livro de Lucas recorda a visita do anjo aparecendo ao pai de João Batista, o qual era o sacerdote que servia no templo de Deus. Ao ler a história, você vai notar que Maria, a mãe de Jesus, e Isabel, a mãe de João Batista, eram parentes. Lucas também registra a visita entre as duas mulheres e a canção de Maria.
Lucas descreve o nascimento de Jesus na cidade de Belém. As circunstâncias do Seu nascimento em uma manjedoura e a aparição da multidão dos exércitos celestiais e dos pastores são os acontecimentos principais daquele momento.
Mateus também narra a história da natividade. Mateus começa com a genealogia de Jesus Cristo. A descendência começa com Abraão até José, o marido de Maria. Ele narra o anúncio angelical à Maria, que ela tinha sido a escolhida entre todas as outras mulheres hebraicas para ser a progenitora de Jesus.
Logo depois do nascimento, o rei Herodes entreteve os Reis Magos do Oriente. Como a maioria das figuras políticas não gostam de seus rivais, o Rei Herodes estava determinado a achar esse "novo rei" e tentou destruir todas as crianças que tinham nascido na época em que os Reis Magos tinham visto a estrela que anunciava o nascimento de Jesus.
A jovem família fugiu ao Egito, guiados pelo Espírito Santo, para viver de forma segura até a morte do rei Herodes. Então eles retornaram a Nazaré, onde Jesus cresceu e ficou conhecido como o filho do carpinteiro.
Todos esses eventos foram profetizados ao longo do Antigo Testamento. Você pode encontrar referências a Jesus nos Salmos e em outros livros. Deus é o grande Condutor que orquestrou cada evento extraordinário de tal forma que não poderia ser duplicado pelo homem. Deus planejou salvar Sua criação desde o início dos tempos.
Todos os seguidores de Deus no Antigo Testamento olhavam adiante, à vinda de Cristo, para a sua salvação. Os sacrifícios diários executados naquela época eram a única expiação à qual tinham acesso até quando Cristo veio ao mundo em carne e pagou o preço pelos nossos pecados de uma vez por todas.
UM MUNDO COMPLEXO
Os palhaços são personagens sempre cercados de obrigações, regras e restrições. Eles devem permanecer do lado de fora das casas dos devotos até o momento de sua apresentação e, por vezes, considera-se perigoso tocar em suas vestes ou máscara.
O motivo de tanto cuidado com esses personagens misteriosos está nos significados a eles atribuídos. Algumas interpretações os relacionam com o diabo (o cão), com o rei Herodes ou com seus soldados, que teriam saído em perseguição para matar o menino Jesus, segundo os mitos narrados.
Palhaços estão aparentemente mais ligados à esfera profana, mas seu vínculo com a folia se dá certamente pela via sagrada. Uma pessoa, por exemplo, torna-se um palhaço, muitas vezes, em decorrência do pagamento de uma promessa feita aos reis magos.
A brincadeira do palhaço é, de certa forma, o lugar potencial da subversão, da desordem, da criatividade, em contraste com a formalidade e a solenidade do canto, da música, das palavras e dos gestos dos foliões. Essas oposições parecem evidenciar um sistema simbólico que aponta para o fato de que foliões e devotos compõem uma visão totalizadora do mundo.
A característica mais marcante do palhaço, entretanto, parece ser sua ambivalência. O palhaço pode ser visto como um ser liminar que tem o poder de transitar entre os domínios do puro e do impuro, do bem e do mal. Sua ambivalência é atestada pela ideia difundida entre foliões de que um bom palhaço deve ter tanto conhecimento sobre as profecias quanto um mestre, podendo até mesmo substituí-lo em uma eventualidade.
A ambiguidade própria do palhaço o leva a lidar concretamente com forças perigosas decorrentes da ação das divindades ou dos próprios homens. Por esta razão, muitos são os preparativos que os palhaços devem realizar antes de se fardar e sair em uma folia. Ele rezam, acendem velas, louvam a bandeira, são purificados por passes de benzedeiras etc. Os palhaços também acreditam ser alvo frequente de bruxaria, muitas vezes causada por disputas e rivalidades, nas quais pode estar em jogo a manutenção de certo prestígio pessoal. Palhaços ficam mudos ou desmaiam e atribuem o fato, com frequência, a ações malfazejas realizadas por grupos de foliões rivais.
Importância do personagem está em renovar e atualizar
Para receber a bandeira de volta, ao fim do longo ciclo de visitações, o altar deve estar cuidadosamente arrumado, com imagens de santos, lâmpadas coloridas e enfeites natalinos. Nessa ocasião, os foliões passam por um ritual especialmente importante, no qual se despedem da bandeira. Os palhaços retiram as máscaras e caminham de joelhos em direção à bandeira, deitando-se de bruços diante dela.
Diz-se que, nessa ocasião, os palhaços estão pedindo perdão pela perseguição ao menino Jesus, como aparece nos mitos, e declarando-se arrependidos. Trata-se de uma conversão simbólica, por meio da qual é confirmada a supremacia moral do bem contra o mal, da ordem contra a desordem. Uma das muitas explicações que foliões dão para o uso de máscaras pelos palhaços é que, de acordo com os mitos, soldados de Herodes que se converteram, ao ver o menino Jesus, as teriam adotado para que o próprio Herodes não os reconhecesse e acusasse de traição.
A importância do palhaço está em confirmar ideias, valores morais e visão de mundo de foliões e devotos e, ao mesmo tempo, renová-los e atualizá-los por meio de seu poder criativo. Por meio da Folia de Reis, manifestação cultural na qual a relação entre mito e rito, pensamento e ação, ocupa lugar central, foliões e devotos ordenam continuamente o mundo. Transmitir esses saberes na forma de uma tradição é, necessariamente, recriá-la.